domingo, 14 de novembro de 2010

[continuação 2.5]

-Amor... – disse ela me cutucando. Eu estava tentando dormir, mas era incrível ela não parava quieta
-Oi linda! –respondi
- Quero ter um filho teu! –sorriu tímida
-Meu Deus Marina, como? –comecei a rir
-Ué, tendo. E ele tem que ter o teu narizinho –disse colocando o dedo sobre o meu nariz –a tua boquinha linda, as tuas bochechas grandes e os meus olhos... –riu
-Por que os teus olhos?-arqueei a sobrancelha e ri
-Por que os meus são mais bonitos oras! –riu
-O que tem de errado com os meus olhos?
-São comuns! 
-Como assim comuns Marina?
-Sei lá, ele é tão...castanho  –sorriu torto
-Ah tá, quer se exibir agora com esses lindos olhos verdes  –a beijei e sorri
-Ain amor, o nosso bebê já vai ter tudo teu, por que os olhos não podem ser meus?
-Tá Marina, os olhos do nosso bebê vão ser os teus!  –sorri e ela me beijou
-Eu te amo sabia?
-Sabia!  –sorri
-Boba!  –me beijou

12 de Janeiro, Quarta-feira,  7:15 am.

Acordei com a Samantha me cutucando  e me desprendendo do sonho maravilhoso que eu estava tendo...
-ACORDA ANNE!
-Porra Samantha, me deixa dormir  –disse eu irritada. Sim eu acordava de mau humor
-NÃO! Levanta, a gente precisa ir pra faculdade  -disse me balançando
-Eu to de férias, me deixa dormir! 
-Eu sei disso Anne, mas hoje tem a reunião da nossa viagem, lembra?
-Não, não lembro e eu não vou nessa viagem, deixa eu dormir!
-Anne por favor, estamos atrasadas...
-Ah dane-se, me deixa dormir, quero voltar pro meu sonho
-Tá, então eu vou sozinha! -bufou
Amém senhor, vou poder voltar pro meu sonho maravilhoso  –pensei
-Tchau Samantha  –sorri
-Tchau, a propósito, peguei as chaves do teu carro, beijos!
-NÃÃÃO! Espera, já to indo! - dei um baita salto da cama

De uns tempos pra cá eu não empestava mais nada meu, nem roupas, nem sapatos, nem um simples lápis de escrever  e muito menos meu carro, eu devia estar com a “Síndrome da Perda”.
Me arrumei e em pouco tempo nós estávamos  na faculdade.

-Ainda bem que vocês chegaram, o coordenador  tá quase tendo um treco já  –disse Vick
-Aff, culpa da Anne que ficou se amarrando  –disse Sam
-Blá blá blá, já falei que não quero ir nessa viagem pow  –resmunguei
-Mas nem te apita, tu vai sim  –disse Sam me ‘arrastando’
-Ei, tu não é minha mãe, tu não manda em mim! –resmunguei
-Tu mora na minha casa, eu mando em ti sim!
-Ah, vai ficar jogando na cara é? Não seja por isso, vou morar de baixo da ponte então  –cruzei os braços
-AH DEUS, PAREM AS DUAS!  –gritou Vick
O jeito que ela gritou nos assustou...
-Tá bom! –respondemos baixando a cabeça

Fomos para a sala de reunião, e como de costume eu me atirei em um canto e lá permaneci, não conversei com ninguém , e muito menos prestei atenção no que o coordenador falava, coloquei os meus fones e fiquei escutando a música “I Live My Life For You –FireHouse” que aliás me fez lembrar da Marina, e enquanto tocava me passavam vagas lembranças dela, e aos poucos me batia uma leve depressão...

-Anne! Anne... –Sam falava e fazia gestos com as mãos, mas eu não entendia nada, eu não a escutava. Resolvi tirar os fones
-Ã? –arqueei a sobrancelha
-Que máximo né? –disse ela toda contente
-O que é máximo Samantha?
-Nós podemos levar acompanhantes! –disse com o sorriso quase na testa
-Hum, legal!
-Nossa, quanta empolgação!
-Uuuu, muita! –disse mexendo no celular e não dando a mínima pra ela
-Tu vai levar alguém Anne? –sorriu Vick ao perguntar
-Não, eu nem vou ir nessa viagem!
-E por que tu ta aqui então? –questionou Vick
-Samantha me obrigou  –olhei torto pra Sam
-Nem vem Anne, não te obriguei a nada  –disse Sam brava, saiu andando e me deu as costas
-Não imagina, só faltou ter me acordado a soco e ter colocado fogo no meu carro! –resmunguei
-Nossa, é pra tanto assim? –questionou Vick
-Nem é nada, eu gosto de irritar ela –sorri
-Tu não muda né! –exclamou Vick
-Sinceramente NÃO –sorri  e ela apenas riu –Na verdade eu mudei uma vez, por causa da Marina, e agora que ela morreu, vou virar prostituta –sorri
-CREDO ANNE! –arregalou os olhos
-É verdade  –sorri
-Melhor eu sair daqui, isso pode ser contagioso! –disse e logo saiu num passo meio apressado
-O que eu falei de mais? –pensei enquanto colocava os fones novamente no ouvido

Como a felicidade da Anne dura pouco, logo veio outro ser pra atormentar...
-E ai Anne! –consegui ler os lábios enquanto ela se aproximava de mim
-Oi Bianca! –sorri torto ao responder
-Vai levar alguém na viagem? –perguntou enquanto se sentava do meu lado
-Acho que não, na verdade nem sei se vou ir nessa viagem
-Por que não?
-Sei lá, não ando muito bem e também não to afim, quero ficar sozinha, não gosto de multidão
-Huum, entendo! –fez uma cara de pensativa
-Entende é? –arqueei a sobrancelha e ri
-É, entendo –sorriu
-Tá né!

Por alguns minutos ficou um silêncio. Eu não estava afim de papo, queria mesmo era ficar sozinha, mas eu não trataria ela mal, ela até que era simpática, quem eu não curtia mesmo é a sua querida irmã, essa sim é realmente irritante.

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