terça-feira, 24 de agosto de 2010

[continuação 1.3]

-Mariiiiiiinaaaaa! –falei num tom mais alto
-Oi, to aqui no banheiro  –respondeu  vindo até mim. Ela estava de pijama e com uma toalha na cabeça.
-Minha linda! Como tu ta? –dei um selinho nela
-Bem, eu acho!
-Ah! Vou lá buscar, espera ai, já volto –disse saindo de casa e indo em direção ao carro.
Ela ficou ali parada, sem entender nada.
-Parabéns amor! –disse dando os presentes pra ela com um enorme sorriso estampado no rosto
-Obrigada! –sorriu torto
-Amor, que tal a gente  comprar umas pizzas, eu to morrendo de fome –disse abrindo a geladeira.
-Anne, a gente precisa conversar... – ficou parada me fitando
-Ah! Eu liguei pra cá antes, e o Régis disse que tu tinha ido no salão...
-Anne!
-Pintou o cabelo amor? Deixa eu ver?
-Será que dá pra ti parar de falar um segundo?  -ela estava meio chorosa
-Que foi amor?
Ela ficou me fitando, com os olhos cheios d’água. Eu fiquei confusa, ela não parecia feliz, eu já estava ficando intrigada com o jeito dela...
-Que foi Marina, fala...
Ela veio até mim, me abraçou e chorava como criança, eu não entendia por que, até que ela falou...
-Hoje eu fui no salão... –ela dizia entre soluços, enquanto me abraçava forte
-Sim, eu sei amor, e o que tem?
-Quando a moça foi lavar meu cabelo, caiu...
-Caiu?
-Caiu, um maço do meu cabelinho. O médico disse que isso aconteceria, mas eu não pensei que seria tão cedo. E agora? Eu vou ficar careca, o meu cabelo ta caindo... –ela falava rápido demais, e chorava muito
-Amor, calma...
-Calma? Não é o teu cabelo que ta caindo Anne  –se afastou de mim e foi correndo para o quarto
Eu estava com medo por ela, eu sabia que mais dia menos dia isso iria acontecer, e ela não ia saber lidar com isso.
Andei em direção ao quarto, ela estava jogada na cama, chorando...
-Marina...
-Que?
-Amor, eu entendo que pra ti não ta sendo nada fácil... –me sentei ao seu lado na cama
-Não, tu nunca vai entender, não é tu que fica a semana inteira enjoada, não é o teu cabelo que ta caindo, não é tu que ta morrendo –disse me interrompendo

Eu fiquei quieta, na verdade ela tinha razão, isso não estava acontecendo comigo, mas sim com ela. Mas apesar de tudo, eu estava junto dela, sempre, e jamais a deixaria por causa dessa doença, primeiro porque eu a amo muito, segundo porque isso seria covardia da minha parte, pelo menos é o que eu penso.

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