sexta-feira, 10 de setembro de 2010

[continuação 1.8]

Depois de tudo isso, eu tentei milhões de vezes ligar pra ela, tentar descobrir pra onde ela foi, mas tudo foi em vão, eu não consegui descobrir nada. Foi assim durante meses, eu já não dormia mais em casa, pois eu e meus pais brigávamos quase todos os dias, mas eu também não me importava com o que eles pensavam de mim, eu tinha as minhas amigas, as melhores na verdade, principalmente  a Victória e a Samantha, que foram as que mais apoio me deram durante  todo esse tempo. No inicio eu já não ia mais nas aulas da faculdade, mas como eu e Vick estudávamos juntas, ela sempre me passava as aulas depois. No trabalho eu tive sorte, pois a gerente da loja era minha tia, a única da minha família, além do meu irmão, que me apoiava com o meu relacionamento com Marina, então ela me dispensou por algum tempo do trabalho, ela sabia de tudo o que eu estava passando, eu precisava de um tempo pra por a cabeça no lugar.

No inicio de outubro as coisas até que andavam bem, em relação a faculdade, eu estava indo à todas as aulas, fazia todos os trabalhos, mas não mais com aquela paixão que eu fazia antes, embora tenha passado algum tempo, eu ainda estava triste, desanimada, e com muita saudade dela, e o pior de tudo, é que durante esse tempo todo  ela nem se quer me ligou, e não saber notícias dela me corroia por dentro.

Em uma aula na faculdade, os professores resolveram passar um trabalho, no qual teríamos que misturar as turmas de cinema e música, nos unir em grupos e juntos fazer um filme, no qual os cineastas fariam o filme e os músicos a trilha sonora, é claro que todos se ajudariam, mas no mais seria assim. Para cada grupo seria sorteado um tema, e o meu grupo pegou ROMANCE como tema.  Teríamos que entregar o filme pronto dez dias antes do natal, o grupo vencedor ganharia uma viagem com tudo pago para o Caribe.
Eu já estava praticamente morando com a Sam, não me animava mais voltar para casa, e depois de uma conversa que tive com meus pais, eles aceitariam se eu saísse de casa e ainda assim continuariam pagando minha faculdade, eu já tinha falado com a Sam sobre isso, logo ela me convidou pra morar com ela, e eu aceitei,  eu já estava trabalhando e poderia muito bem me sustentar sozinha.
Os dias foram passando, eu já tinha tirado da cabeça a idéia de ir atrás dela, pensando bem, eu deveria respeitar  já que ela não quer me ver, mesmo eu não aceitando seus motivos, mas em nenhum momento eu deixei de pensar nela, na verdade eu passava todas as noites chorando a sua ausência,  sentindo falta do seu cheiro, seus beijos, abraços, carinhos.

-Anne tu precisa sair  –disse Samantha depois que me viu chorando
-Ah, tu sabe que eu não gosto muito de sair Sam...
-Mas nem pensar, tu vai sair sim, comigo, e hoje! –sorriu
-Não, não to legal, quero ficar em casa!
-Ah qual é? Hoje é sexta-feira, vamos? –sorriu
-Ah não Samantha, eu já falei, quero ficar em casa vegetando com a minha solidão  –sorri irônico
Depois de muito insistir, mas muito mesmo, resolvi sair. Sam não queria me falar pra onde iríamos, então ela foi dirigindo meu carro. [MEDO MODE ON]

Enfim chegamos, era uma casa linda, grande, dois andares, com piscina e tudo. Eu nunca estive lá, mas percebi que tinha vários amigos meus e alguns conhecidos também.
-Entrem, sintam –se a vontade!  –disse Vick vindo até nós sorrindo e com um copo na mão
-Victória? O que tu ta fazendo aqui?  -arqueei a sobrancelha
-Tô aqui ué! Eu que chamei todo mundo, organizei essa festa só pra te animar amiga –sorriu
-Não to entendendo nada! –respondi confusa
-Assim Anne, a vaca da Victória me ligou e implorou pra mim te trazer aqui  –disse Sam
-Implorei não! Eu mandei minha filha –respondeu Vick
-Nossa, vocês estão tendo um diálogo? E por minha causa? Me senti lisongeada agora! –sorri

Sempre foi assim, Victória e Samantha eram minhas melhores amigas, mas nunca se deram muito bem, mal se falavam e quando se falavam era pra  brigar ou em momentos raros como esse.
Fomos entrando na casa, eu cumprimentava cada pessoa que passava, muitas delas passavam por mim e diziam “E ai Anne!” “Oi Anne!” “Tudo bem Anne?”. Nossa nunca ouvi meu nome tantas vezes na vida, e a maioria eram pessoas que eu nem conhecia.
Chegando perto da piscina, tinha uma mesa farta de ‘comes e bebes’, e era também onde estava concentrado a maioria do pessoal, de repente ouço um grito...

-A Anne chegou galera! –gritou Roberto
-Aêêê! –respondeu a galera
Nossa, até o retardado do meu irmão ta aqui  –pensei

Fui até uma rodinha onde estava meu irmão, cumprimentei todos e fiquei algum tempo lá conversando com eles.
Logo chegou Sam e me arrastou para o grupinho onde ela estava, lá estavam minhas amigas, algumas da faculdade também, fiquei lá por um bom tempo, hora conversando, outrora comendo e bebendo. O papo estava ótimo, e eu me sentia muito bem com minhas amigas, por alguns segundos elas me faziam esquecer da Marina.

-Alguém sabe tocar? –gritou uma garota no centro da festa, com um violão na mão
Eu pensei em me oferecer pra tocar, mas sei lá, não estava muito afim...
-Anne, vai lá e toca! –disse Sam
-Ah não, não to afim! –respondi
-Ninguém se habilita? –perguntou a garota do violão novamente
-A Anne se habilita! –gritou o viado do meu irmão, trazendo o violão até mim
-Ah não Roberto, não to afim sério!
-Tá afim sim, pára de beber Anne, tu vai virar alcoólatra. Vai toca ai! –disse me entregando o violão
-Pára de enxer meu! –respondi seco
-Galera, vocês querem ouvir a Anne tocar? –gritou Roberto
-Sim! Toca, toca, toca! –respondeu o pessoal aos gritos

Bom, eu não tive escolha, eram muitos pessoas contra eu, então resolvi tocar. A moça do violão me indicou onde eu poderia sentar, logo estavam todos em volta de mim.
Toquei e cantei várias músicas que o pessoal pedia, eles me ajudavam a cantar também...
-Anne, dedica uma música pra mim! –gritou Sam no meio da turma
-Não dedica nada Anne! Toca outra ai e dedica pra uma pessoa que tu goste –disse Vick querendo cortar a Sam.
Eu não queria cortar a Sam, mas eu já tinha uma música em mente...
-Eu quero dedicar essa música, para uma pessoa que eu amo muito, mas que no momento está longe, quero dizer que eu sinto muito a falta dela, e que não há um segundo que eu não pense nela...




 
Como é possível te esquecer
se tudo em mim
 
tem um pouco de você
e eu não quero mais ter que viver
 
só de lembrar do nosso amor. oh oh oh
Quantas vezes quis te esquecer
mas de novo em minha mente vem você
parece até que posso te ver,
não vou ficar aqui contigo até o amanhecer
pra descobrir que eu não to de verdade com você
 
to só lembrando nosso amor. oh oh oh
Você está comigo onde quer que eu vá
que vontade, que saudade te tocar
Quem sabe hoje ao ouvir essa canção 
ela toque fundo o seu coração
e você esquece o não
 
e quem sabe volte,
 
me faz falta o simples toque da sua mão
 
teu sorriso teu olhar tua atenção
 
sinto falta desse amor. oh oh oh
Você está comigo onde quer que eu vá
que vontade, que saudade te beijar
oh oh oh
 
na na na na na na na
Sinto falta desse amor.
 ♪



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